A atmosfera introdutória da canção de abertura de Headspace Station é hipnótica e, ao mesmo tempo, densamente embriagante. Como o adentrar em um sonho ou em um mundo fantasioso que beira a alucinação do inconsciente, a canção sugere, curiosamente, um processo ativo de introspecção que beira a busca por autoconhecimento. Delicada em sua paisagem sonora atmosférica, mas, principalmente, etérea, Ad Astra se configura como uma faixa completamente esotérica que penetra no ouvinte de forma a lhe fazer transitar entre o real e o imaginário com notável versatilidade.
Diferente daquilo que foi visto na canção anterior, a presente introdução sugere, interessantemente, um senso de suspense que incita a fragilidade e a vulnerabilidade do ouvinte. No entanto, ainda que isso de fato aconteça, a faixa, conforme vai se desenvolvendo, oferece uma paisagem rítmica calcada em uma breve estrutura forest da música eletrônica. Com suas linhas percussivas sintéticas, Nubium não ganha apenas noção de fluidez. Ganha uma bem-vinda sensualidade que salienta os sabores já apresentados anteriormente pelo enredo sonoro.
A paisagem que se tem é mais orgânica, ainda que continue adornada por uma estrutura de construção inteiramente sintética. Experimentando texturas agudas e sabores levemente adocicados, Oustivi é a canção que, até o momento, é a detentora da máxima sensualidade, fator esse que, aqui, transcende os limites do som e impacta profundamente o espectador. Sob uma curiosa estrutura de rap entorpecente, a canção é agraciada por uma camada percussiva de caráter ainda mais macia e fluida que aquela oferecida em Nubium, garantindo, assim, uma embriaguez profunda.
Headspace Station é um álbum de caráter experimental. Quanto a isso, não existe discussão. Calcado em uma paisagem sintética que transita entre o eletrônico e o dub, o material propõe cenários etéreos e atmosféricos em um processo que incita não somente a introspecção, mas um contato audaciosamente consciente com tudo aquilo que é imaginário.
Entre a embriaguez, o torpor, a maciez e a sensualidade, o álbum é marcado por texturas complementares que se destacam, principalmente, em suas quatro primeiras canções. Afinal, são especialmente nelas que o lado sensitivo do ouvinte atinge outros níveis a ponto de fazê-lo transcender perante o seu próprio inconsciente. De fato, um material instrumental que vale a experiência audiossensorial.
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