A canção já tem seu início marcado por uma linha lírica interpretada de maneira intimista e dramática. A cada palavra proferida, uma gota de visceralidade é despejada sob o solo, enquanto o ouvinte vai, gradativamente, identificando a origem de cada significância proferida em versos de uma delicadeza melancolicamente rascante.
Graças à combinação entre o tom grave e soturno de Natalie Jean e a guitarra intimista e suspirante de Noshir Mody, ainda que exista esse toque profundo de tristeza, há também nuances de uma brisa de esperança. De um bem-estar necessário, palpável e angustiantemente apaziguante.
É quando a narrativa verbal atinge seu ápice que o caráter visceral também tem o seu pico de sensibilidade. Intensa, mesmo que embebido em um minimalismo estético profundo, a energia que emana da canção é de uma dramaticidade pungente que faz o suor escorrer, as pupilas se dilatarem e os pelos se eriçarem. É a adrenalina tomando conta do indivíduo, enquanto faz da lucidez um brinquedo que tenta transformar a realidade em um mero sonho. Nesse cover profundo e visceral de Creep, clássica canção creditada ao Radiohead, a paisagem do inconsciente encontra outra significância por meio da produção de Brian Sargent. Ela se torna o novo real. Não à toa que nem mesmo o ouvinte, enquanto se perde pela sua nova proposta harmônico-melódico-narrativa, consegue mais distinguir o que é fantasia e o que é racional.
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