A sensualidade já se mostra um ingrediente prioritário e necessário na composição. Perceptível somente através da levada da bateria, instrumento que se apresenta sob uma precisão admirável, esse detalhe acaba destacando, também, um quê de delicadeza estéticas que paira livremente pela atmosfera.
Rapidamente, enquanto a bateria segue seu desenvolvimento rebolante capaz de engrandecer a sua própria essência swingada, o baixo entra em cena se apossando da base melódica com um corpo bastante bojudo. Sua presença é tão intensa que o ouvinte se vê embriagado a cada esquina melódica por ele proferida de forma macia e ondulante.
Quando a obra entra em uma vertente mais melódica, é como se o céu se abrisse, as nuvens se dissipassem e o Sol se mostrasse em sua plenitude frágil, mas bela, em seu pleno estado poente. Por meio de uma guitarra que assume o protagonismo melódico por meio de um riff aveludado, essa é a paisagem sensorial que o espectador cria em seu inconsciente.
Garantindo para si, portanto, uma paisagem crepuscular, a canção acaba se valendo pela sua maciez estética e pelo seu charme excêntrico. Uma beleza heterogênea alcançada somente através da musicalidade do Outside Pedestrian, que conseguiu transformar a erudita Jesu Joy of Man’s Desiring, de Johann Sebastian Bach, em um instrumental jazz rock contagiante.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/2AP0eC4zC0hTjU2wdEJ9Rw
Site Oficial: https://outsidepedestrian.com/