Não é apenas agradável. É satisfatório perceber um artista que, com poucos elementos, consegue criar uma atmosfera que seja contagiante, delicada e fresca ao mesmo tempo. Por meio da combinação do violão com o batuque ligeiramente opaco do bongô, é isso o que Eli Taylor garante ao ouvinte logo a partir da introdução de sua nova composição.
Com direito à delicadeza sutil do chocalho desenhando uma branda cadência rítmica, Taylor se permite expor, gradativamente, seu timbre grave com ligeiras menções nasais. Agraciada também por um baixo que lhe permite ter certo grau de consistência melódica através de seu groove encorpado, a faixa é marcada por um teor intimista e, curiosamente, bucólico, que captura rapidamente a atenção do espectador.
Minimalista em instrumentação, o que acaba lhe fornecendo uma configuração acústica, Overthinker é onde Taylor acaba se relacionando mais diretamente com sua instabilidade emocional inerente ao seu senso de culpa perante o término de um relacionamento. A necessidade da superação, mas também a saudade trazida por uma dor ainda não cicatrizada, deixa sua melancolia transbordar, atingindo cada esquina melódica experienciada durante a composição. Um single marcante pela sua proposta reflexivo-intimista que leva o ouvinte a reviver suas próprias vivências românticas sob um olhar mais maduro.
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