É interessante perceber como com apenas um elemento sonoro a composição consegue fornecer uma gama de sensações e, inclusive, ambiências. Do frescor à calmaria, passando até mesmo pela sensualidade, o violão consegue fornecer, durante sua desenvoltura inicial, uma atmosfera latina que, curiosamente, encapsula uma essência embrionariamente flamenca, o que dá à canção certo grau de excentricidade.
Delicada, a composição cresce como em um súbito. Afinal, no instante em que seu primeiro verso toma forma, não apenas o enredo lírico ganha vida, mas toda a sua arquitetura atinge outro patamar. Com a presença da bateria desenhando uma levada precisa, mas mantendo o toque de suavidade, a faixa ganha precisão rítmica. Enquanto isso, o baixo, que se posiciona na base melódica, extravasa uma identidade groovada saliente que, sem pestanejar, evidencia sua naturalidade soul.
Por meio do timbre sereno e com notas de um dulçor equilibrado, Sasha Joy desfila uma interpretação lírica capaz de ser simultaneamente imponente, pura e ingênua. Curiosamente, é também durante um dos versos que o espectador percebe a presença de outro elemento. Uma voz masculina afinada em seu tom levemente grave fornece uma adesão de sensualidade por meio de seus melismas nascentes. Sanga Toto, ao dividir o microfone com Sasha, faz com que Old Ways, além de se arregimentar no espectro soul, flerte, também, com o R&B de maneira ousadamente natural.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/4jp3G6TJHorrBaqeCXn48e
Site Oficial: https://sashajoy.com