Não é apenas um agradável aroma perfumado que preenche o ecossistema introdutótrio. Existe, aqui, uma nota de sensualidade sensível e gentil que convida ternamente o ouvinte a entrar nessa paisagem cujo veludo rege toda a experiência sensorial inicial. É interessante perceber que, nesse recorte narrativo, o sonar sequencialmente pulsante do teclado serve como elemento a denotar o compasso rítmico, o qual também é demonstrado por meio do som do estalar de dedos.
Com o auxílio desses dois fatores, a composição já consegue transpirar uma identidade delicadamente aveludada, a qual é amplificada pela contribuição do lexicalmente macio toque do fender rhodes no escopo harmônico. É nesse instante que o primeiro verso começa a nascer, momento em que as camadas líricas tomam forma graças à entrada de uma voz feminina firme e levemente grave na dianteira sonora.
Vinda de reanne, esse timbre, entre melismas e embrionários falsetes, insere não apenas leveza, mas toques generosos de uma sensualidade amaciada no ecossistema da composição. Quando atinge seu ápice narrativo é que This Body, muito mais que destacar a sua essência estética neo-soul com pitadas de pop, escancara seu lirismo reflexivo que trata sobre os conflitos enfrentados em relação à autoimagem sob um ponto de vista que auxilia o espectador a trilhar o caminho da autoaceitação.
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