Uma boa história de terror precisa, sempre, de alguém que a saiba contar de forma a que ela tenha sentido e pegue, até no menor detalhe, quem está escutando.
No caso de Among The Dead, a inspiradíssima cantora Roxana Line o fez com uma maestria digna de quem sabe escrever um roteiro perfeito para que nada se perca no decorrer do conto deixando o espectador em suas mãos para ser conduzido da maneira como ela quiser neste mundo sombrio com uma porta para entrar e, talvez, sem uma saída em que se ter esperança.
O conto por trás de Among The Dead trata da misteriosa morte dos donos de Berghorst Mortuary em 1838, na cidade de Grim Town.
Só pela introdução já daria pra ficar preso na poltrona, sem se mexer, para não perder nenhuma vírgula do que está sendo narrado no formato de uma canção perfeitamente elaborada, e produzida, e que conta com a magnífica voz de Roxana que parece ter surgido de um de seus contos, tamanha é a beleza colocada em cada um dos minutos de Among The Dead.
Por mais que seja um ato fictício, este segundo lançamento da cantora tem, como finalidade real, abordar temas bem complicados como a perda de um ente querido, negação em seus vários aspectos e como isto pode ser convertido em uma insanidade que nos atinge.
Na parte técnica deste single, é necessário dizer que Roxana fez um trabalho perfeito como compositora e idealizadora de toda a parte musical, tendo elaborado a estrutura rítmica e mostrando que não conta, somente, com uma garganta privilegiada, mas com muito conhecimento de causa no que diz respeito a construção e andamentos deixando bem claro como sua canção deve ser executada e levando a altos níveis o teor de bom gosto e classe que um legítimo masterpiece deve e, merece, ter para que seja um dos melhores lançamentos deste ano.
Ainda que a cantora tenha suas referências dentro do rock, com algumas pitadas, até mesmo, de pop, sua música conta com uma belíssima dose de personalidade fazendo com que seu trabalho não possa ser comparado a nada que já tenhamos ouvido, o que nos faz querer saber, e descobrir, ainda mais sobre esta artista que parece não ser deste mundo.
Impossível não se encantar com esta fada, ou bruxa, que faz despertar todo nosso imaginário e, ao mesmo tempo, nos guia por um mundo bem real cheio de reflexões e espelhos que refletem, ainda que em um conto, tudo aquilo que cada um de nós pode passar, ou sentir, em qualquer momento de nossa existência.
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