O Rj Bacon é o grande projeto autoral do australiano Russell Bacon, artista que assume sua complexidade destilando várias funções: músico, multi-instrumentista, compositor, produtor, cinegrafista e escritor. Em se tratando de sonoridade, arrebata com um jazz carregado de minúcias, trazendo aqueles detalhes minimalistas instrumentais que em se tratando de vertentes fusion, promovem gradativamente um festival de surpresas das mais furtivas mediante cada faixa. Aqui na Roadie Music sempre esteve em total destaque, nosso radar não passaria incólume a “8 Bar Crawl” , “Beyond the Perpendicular”, “Low Ambition Day” e “Roslyn Street“, os petardos anteriormente lançados!
Agora, temos uma preciosidade em forma de álbum, “Shine a Light”, a mais nova empreitada do artista. O virtuosismo de climatização “lounge-fusion” percorre a maior parte da espinha dorsal desse grande conjunto de sete faixas, mas sem nunca deixar de dialogar com as referências mais explícitas de um dos gêneros mais inventivos musicalmente surgidos. Percebemos na incrível abertura “The Positive Song”, um permeio com abrangências mais étnicas, a africanidade tribal grita sensorialmente junto a um punhado delicioso de poção latina, o que promove impacto logo ao início dos trabalhos, GRANDE canção! E pensar que ainda temos muito mais coisa pela frente…
O feeling de “Double Exit” é tocante ao extremo, com a guitarra bluezera capitaneando uma viagem intimista, mas simultaneamente incorrendo em explosão carregada de intentos poderosos. É inevitável frente as imagens cinematográficas construídas, não visualizarmos aqueles clubes de jazz europeus que exalam charme em seu ambiente esfumaçado e acolhedor, como vimos recentemente na série francesa “The Eddy”. Não podemos deixar de destacar os vocais descompromissados e altamente concisos de “Push Back”, que resultam frente ao instrumental poderoso, um duelo avassalador com os pianos e órgãos surgidos ao longo da estrada, SENSACIONAL! Mas apesar de termos destacado faixas, “Shine a Light” é um registro para ser degustado na íntegra, desde os primeiros segundos da introdução, até a primorosa encore de “Chubby’s Lament”, pois é um disco MAGISTRAL, que faz jus (para variar, é seu sexto trabalho autoral) a status de clássico, colocando-o ao lado de outras pérolas de excelência do gênero! Disponibilizado abaixo:
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