Partindo de um pressuposto de ‘sincericídio’, é difícil imaginar que uma banda oriunda do Texas, mais precisamente de Austin, entregue uma sonoridade como a apresentada pelo 1st Base Runner neste seu terceiro EP, “Light Roars”. Como imaginação nem sempre condiz com a realidade eis aqui o paradigma.
Desde o início o trabalho chama a intenção e causa impacto pela sua proposta sonora marcante, original e cheia de identidade. Lembrando que a questão aqui não são as invencionices, mas o experimentalismo que dá certo e simplesmente resulta num trabalho abrangente e muito acima da média.
O sintetizador é um elemento importante da música do 1st Base Runner, e até responsável por muitas das bases e ritmos, mas o grupo consegue incluir nisso certa organicidade que fica por conta das guitarras intrincadas e diferenciadas, o baixo certeiro que preenche algumas lacunas, além de uma bateria que ajuda a energizar o ritmo.
Ao ouvir as cinco músicas de “Light Roars”, que se distribuem em pouco mais de dezoito minutos, imaginamos que estamos diante de algo totalmente moderno, mas há um contraste (muito bem-vindo, aliás) com um lado visceral do grupo, talvez servidos pela influência oitentista que a banda apresenta.
É a mescla do indie atual com o post-punk de trinta anos atrás surtindo um efeito encantador, mas passando longe de soar datado. Tudo provavelmente porque o 1st Base Runner não fecha o seu leque e ainda apresenta resquícios de gothic rock mesclados com o dream-pop, graças às atmosferas viajantes que praticamente todas as composições emanam.
O ouvinte pode se encantar de cara com “In The Beginng”, que parece burocrática, mas cresce dentro de si mesma, ou até sentir a vibração em “Dead Wood”, que parece ter saído das entranhas do rock obscuro dos anos 80. A certeza é que de alguma forma, “Light Roars” impactará.
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