Pyry Urhonen é um músico e compositor finlandês que, depois de passar por diferentes bandas, decidiu montar um projeto solo onde ele canta, toca, escreve e produz do conforto de sua casa. Ele lançou o álbum “CLIMBO or The Mistakes That Make Us” e deu uma entrevista para a Roadie Music contando sobre seu projeto e se pretende um dia montar uma banda completa.
1)Olá, Pyry Urhonen! Primeiramente, obrigada por nos conceder essa entrevista! O Solemn Golem é totalmente formado por você. Como surgiu a ideia de formar esse projeto?
Eu tinha uma ideia básica desde que me lembro, mas o grupo perfeito nunca aconteceu. Em 2021 ele estava afundado no fundo da minha mente até que eu comprei uma guitarra por outro motivo e aconteceu do som parecer muito familiar, mas diferente do que eu já tinha feito.
2) Você participou de outras bandas, mas hoje decidiu trabalhar sozinho. Quando você percebeu que montar esse trabalho sozinho era a melhor opção? Você tem planos para trabalhar com outros artistas no futuro?
Eu sempre achei que precisava de um grupo para esse tipo de música, mas eu comecei a construir as músicas e ficou óbvio que eu precisaria de mais controle em uma mão e na outra espaço para cometer erros felizes. Eu tenho muito próprio alcance vocal e diferentes instrumentos como qualquer outro músico. Esse sou é a minha cara e eu amei fazer.
Eu toquei em bandas. Erámos chamados de Harmaa kohina (Gray Noise) e tocávamos rock alternativo dos anos 90. Eu amava as músicas que fazíamos e especialmente tocando com outros caras que são grandes músicos e meus queridos amigos. É completamente diferente e eu tenho certeza que iremos continuar.
Eu já tenho uma lista de músicos que eu gostaria de trabalhar no Solemn Golem. Estou fazendo shows sozinho por enquanto e estou gostando muito, mas é importante para as pessoas ouvirem as versões com a banda completa também.
3) CLIMBO or The Mistakes That Make Us é um belo álbum. Como foi o processo de composição das músicas?
Eu escrevi “And Try To Picture Nothing” primeiro. É uma canção bem simples e eu tive a ideia em mais ou menos uma hora. Para as letras, eu queria algo que eu poderia expandir. Eu tinha uma história na minha cabeça por um tempo, por quase vinte anos e quando eu encontrei o som e a voz do Solemn Golem, pareceu o conceito certo para o álbum.
A ideia geral do Golem para mim é escrever músicas que eu gostaria de ouvir. Isso fez o meu processo de composição surpreendentemente mais fácil. Eu tive a primeira versão de todas as músicas três meses depois que eu comecei. Algumas canções como Honeymoon levou mais tempo. As letras e arranjos vocais para ela surgiram apenas no final da mixagem.
4) O álbum foi totalmente gravado na sua casa. Você até disse que seus gatos interferiram nas gravações. Como foi isso? E quais dificuldades ou vantagens você encontrou de gravar em casa?
O maior desafio de qualquer local de gravação é um sinal decente. Eu queria que minha voz e guitarras soassem exatamente como eram. Eu tenho certeza que fiz muitas coisas que técnicos profissionais de áudio levantariam a sobrancelha, mas eles provavelmente concordariam que gravação é sobre encontrar seu som particular, não melhores práticas.
Ocasionalmente, havia um assobio ou um zumbido perturbador em algum lugar, mas a coisa sobre um estúdio em casa são as minhas coisas e estou confortável com as centenas de horas então dificilmente haveria algo que eu não ache o meu jeito se necessário.
É um privilégio conseguir gravar o que quiser. Em um estúdio comercial você tem que viver com o que der no curto tempo de horas. Em casa eu posso sempre voltar para uma parte especificamente dos vocais depois que a minha voz estiver descansada e aquecida. É claro que com um grupo de pessoas teria sido diferente, mas eu queria fazer o melhor de maneira independente também.
Meus três gatos às vezes miavam alto durante uma gravação perfeita ou andava pelo meu teclado passando pelas as teclas, eu não sei, mas eu continuava a falar para mim mesma que eu sempre poderia criar algo melhor depois da edição dos felinos. Eu encorajo todo mundo a voltar e ouvir o álbum se eles acham os sons dos pets em CLIMBO.
5) CLIMBO é sobre perder e começar de novo. É um conceito que muitas pessoas podem se conectar. O que você acha sobre esse poder que a música tem na vida das pessoas?
Música sempre foi uma parte integral da minha vida, então eu sou muito parcial respondendo isso. Eu sei que muitas pessoas não se importam com o que estão ouvindo, ouvem o álbum completo ou se apegam aos artistas e tipo de música. Dizendo isso, tem alguns que não se emocionam com a música certa, na hora certa na vida, no club ou em um filme porque em qualquer lugar tem pessoas e tem música.
Eu sinto que é vago e difícil de explicar os sons, os gostos, cheiros. Eles podem realmente te levar a lugares e faz você sentir coisas até mais que a visão. Tem algo mágico sobre um som que o faz sorrir, sonhar, lembrar ou chorar mesmo sem saber o motivo.
6) O álbum tem um estilo bem diferente do que está no mainstream hoje em dia. Como e quando você decidiu que ele seguiria esse estilo?
Eu queria fazer algo assim há anos. Eu não me importo sobre o que está por aí quando escuto música e estou bem fazendo algo que é diferente com o que estão fazendo enquanto eu amar.
Eu também acredito que o corte de tempo para algo como a Solemn Golem pode ser indefinido. Eu fiz CLIMBO agora e irei fazer mais alguns nos próximos dez anos. Se alguém achar a minha música em algum momento, eles provavelmente terão razões para conferir todo o catálogo porque não terão uma lista de centenas de hits apenas a um clique do mouse de distância.
7) Se você pudesse descrever o estilo da Solemn Golem para alguém que não conhece, como seria?
Um crítico finlandês fez uma resenha e escreveu uma frase perfeita para resumir. Traduzindo aproximadamente é assim: “Não há muitas notas, mas o quão preciso acerta o seu alvo.
8) A arte do álbum tem diferentes flores. Qual a conexão delas com as músicas do álbum?
Eu tinha esse buquê de flores secas. Elas eram belas e com cores vibrantes ao mesmo tempo estavam mortas. Algo sobre esse estado pareceu perfeito com o tom na história de CLIMBO e seu ambiente. Eu ia usar algo bem assustador e minimalista, mas eu achei que as flores iriam entregar melhor as emoções. Eu amo uma boa estética pós-apocalíptica com melancolia, mas esse pareceu válido para a comunicação única de Golem.
9) A Finlândia é muito conhecida por suas bandas de heavy metal e está sempre aparecendo novos artistas fazendo sucessos internacionais. O que você acha da cena musical finlandesa hoje em dia?
Eu sempre uso os artistas principais dos festivais para saber o quanto eu estou sabendo do que está acontecendo na música. Tem vários novos artistas todo ano, mas em uma escola global, muitos dos grandes nomes são da virada do século ou antes disso. Aparentemente tem uma camada de artistas que aparecem na TV e toca em estádios e em um segundo eles são mais interessantes.
Tem muitos grandes cantores e compositores na minha cidade. RISTO é um grupo incrível liderado por Risto Ylihärsilä e Laura Moisio fazendo belas canções tanto solo quanto como banda. Como banda, eu espero grandes coisas da Polymoon que parece focar em explosões de rock progressivo psicodélico.
Retro é bem grande uma composição e produção. Muitos dos grupos de rock e pop soam como tivessem vindo dos anos 70 e artistas solos estão seguindo os anos 80 que seus companheiros internacionais estão usando nos últimos anos. Nada de errado com revisitar o passado, né?
Eu sou bem seletivo com bandas de metal e tem apenas uma na Finlândia que eu sempre volto. A cena está viva! Não tanto quanto há 20 anos atrás, mas há uma quantidade de novo bons músicos e bandas. Tem algo sobre o longe período de escuridão no inverno que faz os instrumentais mais arenosos.
Finlândia também é conhecida por seu incrível jazz e música clássica. Eu amo os dois e fico feliz com seu sucesso.
10) Quais são os planos futuros para a Solemn Golem?
Eu venho escrevendo novos materiais desde a primavera e tenho uma ideia básica do que será o próximo álbum. Também há algumas canções antigas que eu quero gravar e lançar como singles ou nos próximos álbuns se eles funcionarem ali. Com certeza haverão mais shows ao vivo, primeiramente sozinho e com banda mais pra frente.
Solemn Golem parece perfeita para minhas ambições artísticas e estou certo que continuarei a divulgar enquanto eu estiver conseguindo cantar e tocar.
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