Acredito que já tenha afirmado em algum momento, a importância que o artista tem na vida das pessoas, não só pela influência que exercem, mas pela qualidade de vida que concedem através da arte. Preciso começar minhas linhas deixando claro ao leitor, que temos aqui, um artista de performance intensa, independente do gênero musical que nos oferece, é uma alma dedicada à criação livre, sem preocupação comercial. To Hell With Tradition é uma sincera e sensível mente, que nos entrega “Blurred”, um trabalho desmedido, em 12 faixas, que vamos analisar cuidadosamente.
Iniciamos com voz e piano em “Drover”, uma composição sentimental e apaixonada, que convida o ouvinte a repetir a faixa pela delicadeza que apresenta. Aqui é pura harmonia e poesia.
“Culprit” fala sobre relacionamentos, aliada a um teclado anos 80 enérgico e cheio de sensações. Ritmo na medida certa que impõe uma vontade insistente de dançar por aí, sem preocupação se alguém observa.
“Monuments” é uma performance incrível. Todo o sentimento da letra transparece na voz do artista. Além disso, a pausa é uma adição lindíssima, onde teclados e bateria formam um casal harmônico. Aqui é possível entender a essência deste projeto. To Hell With Tradition tem o dom criativo.
E, se tem. Uma transição que não deixamos escapar em “Eggshells”. Canção de guitarras vigorosas e teclado nos conduzindo por uma atmosfera cheia de imaginação. O sussurro da voz é outra qualidade que anotamos como uma adição inteligente.
“The Baton” tem um tom mais emotivo e algumas notas de suspense, que em seguida se tornam sensíveis e doces. Mais uma vez os teclados são os condutores da melodia. Outra produção de qualidade indiscutível.
Bateria e voz nos envolvem na canção seguinte, “Mercenaries”. Faixa que carrega a voz livremente e sua poesia mergulha nas pausas. Essa condução é tão interessante e diferente do habitual, que elegemos uma preferida.
“Howling” começa rápida e intensa, como um raio de luz. Batidas, sopros e guitarras dão um contorno incrível a música.
“Ghosts” tem uma introdução maravilhosa no teclado. Adota um vocal fantasmagórico, lento, aonde as notas vão de um tom ao outro, com conforto e segurança. Quando nos damos conta, há uma virada na condução da melodia, um crescente cheio de energia.
“The Trap” tem melodia e intensidade de sobra. Uma combinação de palavras e ritmo, onde batidas e dedilhados são um show a parte. Teclado que ressoa toda a emoção do artista na sua composição. Simplesmente maravilhosa.
“Paper Wall” é puro sentimento. Uma melodia doce, que vai lentamente nos envolvendo na intensidade da composição. Uma letra profunda e de beleza sensível.
Pulamos para a faixa seguinte com mais energia e ritmo. “Paper Cuts” tem uma abertura atraente e com uma sensualidade misteriosa. Mais uma vez a produção arrasa na junção de instrumentos e voz, com uma qualidade impressionante.
E “Fences” encerra em tom de reflexão sobre si mesmo. Melodia sincera que deseja reparar algo, que se perdeu pelo tempo. Uma construção musical de sensações, que abraça o ouvinte pela entrega emocional adotada.
Essas perspectivas bem pontuais e relacionadas com a visão do artista são incrivelmente generosas. Um projeto fora da curva, pela beleza das letras e pelo emocional que transparece, sem receio nenhum na voz de Achim Hofmeyer, cantor, compositor, multi-instrumentista e criador do projeto To Hell With Tradition.
Blurred é uma obra-prima. É necessário que mais pessoas tenham acesso a este álbum e compartilhem com os amigos. Em um mundo cada vez mais preocupado com glamour e aparências encontramos um artista que preza pela intenção do sentimento. Uma aura honesta e sensível, sem dúvidas.
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