O rap atual nunca esteve tão presente como no novo trabalho de lildrakex, “I Don’t Even Know What an LP is”. Lançado neste último domingo (2), o disco é uma sequência a bastante elogiada demo “Race Against the Machine”, lançado no início do ano.
Permeadas por letras de cunho social, ostentativo e por ora políticos e sobre problemas sociais, o trabalho de lildraex se estende em 19 músicas no seu debut. Passando por momentos mais “diretos” e por outros com camadas melódicas, temos uma obra que se propõe a curiosamente, fazer jus ao que é um LP: a diversidade sonora entre suas faixas.
Iniciando com a ótima abertura “Magical Ride”, passando pela melódica “Dime” (um dos pontos altos do trabalho) e das certeiras “The Squirrel Song” e “Race Against the Machine” (esta com uma letra inteligentíssima), temos um álbum no mínimo bastante interessante. Com uma gama de músicas tão aberta e diversa, o trabalho de lildrakex é um must para os fãs atuais de rap. Por aqui pode se perceber como a escola composicional do gênero soube se remodelar com tempo e inserir doses de criatividade com as novas tecnologias.
Provavelmente, lildrakex nem era nascido quando os LPS de rap começaram a estourar em vendas e quando o gênero se tornou uma febre com nomes como Grandmaster Flash, Run DMC, Public Enemy, ZZYoung, SugarHill Gang e por aí vai, mas lá em seu DNA o som destes “papas” do rap atual (seja nas mais variadas vertentes), ainda podem ser ouvidos, ecoados e reverenciados. Claro, com uma diferenciação nitidamente mais pop no instrumental e afins, mas sempre presente.
É extremamente difícil conciliar estas tendências em qualquer gênero, especialmente o rap onde conservadorismos às vezes podem imperar dos mais velhos para os mais novos artistas. Não intencionalmente, lildrakex soube driblar isto. Talvez por ser naturalmente seu estilo de compor e performar? Sim, mas o fato é de que ele conseguiu se sagrar bem nisto.
Embora ironicamente o disco seja intitulado “I Don’t Even Know What an LP is “, o trabalho desenvolvido não só pela amplitude de material (há 19 faixas no disco), mas pela gama sonora diversa dentro do mesmo conceito é algo clássico da era dos “bolachões”.
E nisso o trabalho de lildrakex soube representar bem: uma ponte entre o rap antigo e a moldagem atual, sendo um belo crossover (ainda que não fosse a intenção) destas duas fases. Aproveite e confira com seus próprios ouvidos:
