Sua introdução já vem madura em meio à sua proposta sensorial. De estética sintética e pipocante, a obra, desde seu início imediato, oferece um viés eletrônico que coloca o ouvinte em contato com um toque ácido que lhe permite não apenas entrar em seu universo inconsciente, mas também de se colocar vulnerável a qualquer influência externa.
Uma dessas influências é o torpor, qualidade que se permite ser observada durante o desenrolar da sonoridade durante seus primeiros instantes de vida. Outro ponto é a capacidade de esse mesmo som conseguir hipnotizar o espectador e fazer, dele, uma espécie de marionete. Ainda assim, é inquestionável a constatação de que a obra tem, em si, um caráter contagiante que, mesmo de maneira branda, instiga o ato da dança.
Entre experimentações de textura, como a inserção de um toque chacoalhante e fresco tal qual os sinos de Natal, a canção consegue garantir para si um curioso senso de fluidez. Com ele, o espectador se vê agraciado por lapsos de uma maciez bem-vinda que, por mais que intensifique o torpor, auxilia na proposta reflexiva da obra. Afinal, em Ad Vitam Aeternam, Dr. Clarke propõe um diálogo sobre o tempo, a eternidade e o senso de existência a partir de uma cenografia trance meditativa.
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