Sua maciez é estranha. Ela não fornece aquele senso de conforto habitual ou mesmo aquele aconchego convidativo. Aqui, ela vem com um denso senso de embriaguez, o qual é representado por uma guitarra cujo riff ondulante traz em si a perspectiva de um indivíduo em estado de torpor. Curiosamente, ainda que sob essa estética, o instrumento traz conotações interessantes ao escopo melódico inicial.
Conforme vai evoluindo e passa a começar a desenhar os contornos de uma segunda parte introdutória, a guitarra acaba por assumir silhuetas fluidas de maneira a flertar com a estrutura da MPB. É nesse momento que a canção recebe o elemento que fica responsável pelo preenchimento da camada lírica.
Com uma voz de timbre suave e aveludado, a cantora acaba por desmontar aquela embriaguez inicial e insere, delicadamente, uma energia fresca, delicadamente swingada e com base na essência da música pop. Surpreendentemente, assim que a primeira estrofe tem suas pronúncias verbais finalizadas, All Over The World acaba por demonstrar todo o seu escopo rítmico-melódico com a entrada do baixo e da bateria.
Agora com corpo e precisão, a canção deixa de ser acústica e passa a ser ainda mais orgânica em sua verve crua, mas delicada. Flertando com a estética rítmico-melódica de Into Yesterday, single de Sugar Ray, All Over The World traz um enredo reflexivo que traz um indivíduo em busca de um propósito profundo a ser seguido, enquanto imerso em um mundo materialista e superficial.
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