A guitarra dá ao amanhecer uma ambiência macia e reconfortante. É como acordar em uma cama folgada de frente a uma janela cujas cortinas valsam calmamente ao compasso da brisa da manhã e aquela luminosidade natural branda rompendo a penumbra dos resquícios da noite.
Contribuindo com essa atmosfera tão aconchegante está a bateria. Apesar de trazer uma conotação preconcebida de brutalidade e intensidade, o instrumento assume, aqui, um mesmo toque de brandura. Afinal, sua postura é singela e de movimentos mansos possibilitados pelo uso da vassourinha no lugar das baquetas convencionais. A partir daí, o som que dela se tira dá ao espectador a perfeita noção de se tratar de uma composição representante do segmento do jazz.
Com o auxílio de um baixo encorpado em sua postura singela produzida através de seus sons ligeiramente trotantes em suas pronúncias cuidadosamente espaçadas, a canção ganha um corpo sincrônico ao charme geral construído pela obra. É assim que Wishlist, uma música instrumental adorável, consegue abraçar o espectador com uma ternura tão aconchegante quanto aquele olhar recíproco de felicidade ao ver um ente querido e romper o doloroso senso de saudosismo. Uma canção que, definitivamente, é indicada para ser degustada a qualquer hora do dia como uma maneira de reenergização e equilíbrio emocional.
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