O piano surge em notas gélidas e curiosamente dramáticas, enquanto uma voz de timbre delicado e agudo começa a desenhar o enredo lírico. Ainda que o instrumento soe linear, ele é capaz de oferecer uma energia densamente dramática que atinge por completo o ouvinte, inclusive aqueles desatentos.
Crescendo em harmonia a partir das sobreposições vocais inseridas por Lieselotte Verrecas, a canção acaba sendo abraçada por interpretações líricas dramatúrgicas que amplificam seu aspecto sensitivo. Com sonares cuidadosamente inseridos de maneira a ampliar o senso dramático que exala da melodia, a canção soa entorpecida, enquanto existe certo requinte de angústia que aparentemente transpassa os limites vocais e atingem, em cheio, o campo emocional.
Tal como a chuva chegando em um penhasco à beira-mar sob céu limpo, é curioso perceber como, com a ajuda de Andrew Caryl na produção, Secret Place também consegue oferecer generosas e bem-vindas doses de esperança. Não por menos que a canção serve como um santuário pessoal que protege o indivíduo do caos do mundo.
Sensitivamente, a partir dessa interpretação, Secret Place funciona como uma dança na chuva. Uma experiência resplandecedora cuja intenção não é apenas encontrar a simplicidade, mas, sim, reanimar o senso de humanidade e companheirismo há muito perdido em um cenário regido pelo egoísmo e pelo egocentrismo.
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