AQAXA é o projeto musical que é uma verdadeira revolução artística. Não só por que ele é feito com um mundo tecnológico que já vivemos sem se dar conta de que o futuro chegou, como também pela percepção do artista em discussões que talvez não estejamos preparados. “Corporeal EP” foi proposto dentro de um tema que é até muito delicado e com uma pergunta igualmente assustadora: e se deixarmos a máquina decidir quais memórias são relevantes? “Tem muito a ver com memórias pessoais na forma de sons recebidos ou gravados casualmente, como mensagens de voz ou vídeos feitos durante uma viagem. Eu estava interessado em como os muitos objetos digitais efêmeros que trocamos todos os dias sem pensar muito sobre isso acabam delineando nossas memórias pessoais muito mais do que pensamos.”, disse. Engraçado que há anos atrás, as pessoas tinham receio de que, por conta da escrita, as memórias se perderiam. Hoje em dia, em vez de colocarmos no papel com escrita e foto, podemos ter também gravações de voz e vídeos. E foi nessa proposta que o artista criou o álbum, através da machine learning, ele criou um algoritmo que combina o sons das memórias gravadas em um dispositivo e as transforma em música eletrônica. O EP tem quatro faixas: “Algorzn Luvv”, “Xennial Sehnsucht”, “Knee-jerk Drifter”, e “Xennial Sehnsucht”, na versão de Frieder Nagel.
AQAXA também revelou que sua proposta era trazer um som misterioso e introspectivo, e questionou o uso de dados constante que temos e que servem para traçar um perfil pessoal através dos dados. Fato aliás que muitas empresas pagam rios de dinheiro para obter. “Basicamente, coletei um monte de mensagens de voz que recebi nos últimos dois anos ou mais, além de áudio de vídeos e memos de voz do meu celular. Juntei tudo e usei vários algoritmos para organizar e explorar esse arquivo pessoal de memórias sonoras. Em algumas faixas há apenas alguns fragmentos aqui e ali, enquanto em Knee-jerk Drifter (a terceira faixa do EP Corporeal, lançado em abril pela Punch Up Records), usei uma técnica chamada Reinforcement Learning, onde basicamente você dá feedback a um algoritmo e este tenta desenterrar sons dependendo do feedback positivo ou negativo que recebe.”, contou o artista.
Ele compara a uma espécie de mosaico digital musical em que fragmentos se transformam em uma outra coisa, tornando-se arte. Para AQAXA o assunto só é polêmico fora da comunidade de música eletrônica experimental, que aceitou muito bem a produção e tem feitos diversos lançamentos nesse sentido. “Fora isso, o assunto do uso de IA na música ainda é controverso, algumas pessoas até rejeitam a ideia a priori, independentemente de como a música soa. Por outro lado, é ótimo ver artistas como Holly Herndon e Emptyset usando IA de uma forma que seja pessoal, significativa e criativa.”, revelou.
Ouça o EP “Corporeal” no Spotify:
Confira o vídeo de “Xennial Sehnsucht” no YouTube:
Mais informações:
Twitter: https://twitter.com/_AQAXA_
Spotify: http://open.spotify.com/artist/27q4WB3VBpFa8SfaUAp6k8
Soundcloud: https://soundcloud.com/aqaxa
Bandcamp: https://aqaxa.bandcamp.com
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UCm3KHZ0x89ae0pkiycB5smA
Instagram: https://www.instagram.com/_aqaxa_