Archangel é uma ‘one-man-band’ formada pelo polonês Michael Kordek, um verdadeiro guerreiro e amante da música pesada. Kordek diz que a primeira coisa que lembrou em formato de música foi “Fade To Black”, balada do Metallica lançada originalmente em 1984 no álbum “Ride The Lightning”, segundo disco do grupo norte-americano.
Daí em diante foi um caminho sem volta, ainda bem. Aos 17 anos, após um show da banda Hunter (provavelmente a conterrânea polonesa de thrash/death metal, pois são tantas com esse nome), Michael empunhou pela primeira vez uma guitarra. Mesmo tendo abandonado o instrumento por um período, ele retornou ao instrumento e fundou este projeto do qual somos felizardos em conhecer.
O Archangel traz, segundo o próprio músico e compositor, experiências de vida, determinação, força e ideologia. Musicalmente vemos que o artista não se prende ao que o influenciou no passado, muito pelo contrário, o som apresentado em suas composições soa moderno, incluindo elementos de estilos contemporâneos.
Porém, no trabalho do Archangel, nota-se que Michael se preocupa com dois quesitos. O primeiro, já dito, é fazer com que a sonoridade do projeto não soe datada, e o segundo é que o trabalho não caia nas armadilhas da modernice barata. Por isso a atemporalidade das músicas é o seu grande trunfo.
Não poderia ser diferente em “From Hell To Heaven”, um dos mais novos singles. Nele, nota-se uma abrangência de estilos e arranjos detalhados, que faz com que a música mostre versatilidade e Michael destile técnica e feeling em um só pacote.
A música carrega elementos nítidos do thrash e death metal, porém mais em sua essência que em sua composição. Isso porque o peso e agressividade são aqueles típicos do estilo, mas não se trata exatamente somente disso. O negócio vai muito além do que se imagina.
“From Hell To Heaven” conta com guitarras de riffs maciços, que descendem do djent e possuem leves toque de industrial, o que traz modernidade à faixa. Assim como a cozinha, de batidas marteladas e uso de pedal duplo com ênfase, entre levada mais cadenciada e outras mais dinâmicas. Um sintetizador ao fundo dá todo o clima sombrio…
Com vocais urrados, quase guturais, Michael canta sobre obsessões paternais, bullying, suicídio e temas relacionados, principalmente que afetam a sociedade de seu país, que parece não ser muito diferente do restante do mundo. Excelente trabalho para quem gosta de música técnica e pesada. Ouça no melhor volume!
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