Ela é marcada por um despertar sombrio e dramático. Marcado por certo grau de densidade estética, a canção vai experimentando notas de uma delicadeza triste, visceral e melancólica através de seu toque agudo-adocicado rascante. Fazendo com que o veludo se transforme, surpreendentemente, em uma chuva de água ácida, a obra se deleita em uma introdução amorfinantemente introspectiva.
Depois que uma pausa faz nascer um silêncio sepulcral, a obra é abraçada por uma generosa e inquebrantável dose de dramaticidade que faz com que o ouvinte vivencie o máximo de sua própria vulnerabilidade. Momentos depois, o enredo lírico começa a ganhar seus primeiros contornos conforme Juliet Lyons, com seu timbre agudo e açucarado, vai entrando em cena a partir de uma interpretação lírica de natureza intimista e lancinante.
Proporcionando ao ouvinte a perfeita sensibilidade de um viés densamente gélido e fantasmagórico, a forma como Juliet vai desenvolvendo o enredo lhe confere uma ideia curiosa e audaciosamente morfinesca. Nesse ínterim, os espaços deixados pelo piano vão dando lugar a sobrevoos tristes e lacrimais esboçados por um sobrevoo cabisbaixo do violino, o que torna a atmosfera ainda mais intensa em sua própria difusão de melancolia.
Assim que invade o refrão, a canção, através de punchs percussivos que, feliz e consequentemente, lhe confere resistência, consistência e força, o ouvinte se embriaga com o engrandecimento do viés dramático agora transpirado diante da atmosfera. É assim que Careless Whisper, clássica obra assinada por George Michael, através da sintonia rígida formada entre Juliet e Chris Wirsig, ganha patamares cinematográficos nos moldes épicos de longas-metragens da marca Marvel.
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Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/5g5dJnAagHb3jxSkkYZDLR
