É como o Sol tentando aparecer por detrás das montanhas. É como a luz natural tentando insistentemente romper as densas e pegajosas barreiras das nuvens escuras que preenchem o céu, formando um verdadeiro cenário umbralesco. Enquanto o teclado, em meio às suas notas adocicadamente ácidas, vai favorecendo um lapso de esperança, a guitarra solo surge através de um riff em cujos ligeiros gritos se encontram no limiar da agonia e o desalento.
Tendo na guitarra base o personagem que insere na atmosfera a lucidez e, consequentemente, a consciência de pensamento, a canção se mostra um verdadeiro vaivém entre certo quê de alucinação incentivada pela balbúrdia emocional e a sincera percepção da necessidade da superação dessa mesma desordem. Através de um vocal masculino de timbre agradável em seu tom intermediário, a canção é capaz de, inclusive, pincelar leveza e delicadeza em sua atmosfera.
Contando com um coro vocal de essência feminina já durante a segunda estrofe, a obra consegue comunicar, também, os momentos em que o personagem quase atinge a superação. Ou, ainda, o instante de sua própria luta contra seus próprios ímpetos autoinfringentes. A partir daí, não é difícil que o ouvinte seja tocado pela constante luta por redenção vivenciada pelo protagonista.
Ainda que com notas sensuais como pede o hard rock, Back To Life é uma obra traz consigo, de maneira gentil e até mesmo cuidadosa, a história real de um indivíduo tentando vencer os obstáculos que colocam à prova a saúde mental. Uma composição corajosa, sincera e visceral.
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