Seu início já é maduro, apesar de sua estrutura leve, macia e fresca. Amaciada principalmente pela forma como o violão se movimenta solitariamente na construção da melodia, a canção não possui, necessariamente, uma introdução padrão, pois ela não demora a fornecer, ao ouvinte, seu primeiro verso.
Dominada por uma voz doce, aguda e no limite da estridência, mas de curiosa essência folk vinda de Louise Burke, a música começa a crescer em seu aspecto harmônico a partir da entrada do violoncelo. Choroso e interessantemente lamentador, ele vem com uma postura ligeiramente entristecida e cabisbaixa, a ponto de inserir, na canção, generosas doses de melancolia.
Sensitiva, dramática e tocante na mesma medida, Benevolent Not Malevolent desemboca em um refrão emotivo e quase suspirante em que Louise finalmente faz o ouvinte identificar do que realmente se trata a canção. De toques curiosamente romanceados, a música traz a cantora refletindo na ânsia de encontrar alguma forma de salvar um relacionamento em crise em pleno confinamento determinado pela crise de saúde pública instaurada pela Covid-19.
Acústica em sua essência, Benevolent Not Malevolent traz uma estrutura rítmico-melódica capaz de transportar o ouvinte para um jardim em pleno outono. A paisagem é acinzentada, sendo, inclusive, possível de sentir o toque das últimas folhas se desprendendo de seus galhos, anunciando, definitivamente, o fim do verão.
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