Existe uma espécie de frescor transcendental pairando pela atmosfera, criando um clima um tanto enigmático e até mesmo místico. Rapidamente, a flauta, surgida em cena imitando assobios, é ouvida em sua essência adocicada e branda, de forma a trazer curiosos e audaciosos repentes de folk a uma obra cuja real silhueta ainda não foi completamente evidenciada.
É então que o enredo lírico ganha vida por meio da entrada de uma voz feminina de caráter grave, adocicado e levemente fanhoso. De posse de MITCH El, ela é inserida sob uma cadência sincopada, mas que não defende a estrutura do rap e, sim, a do pop. Evoluindo por meio da presença de sobreposições vocais e uma sonoridade sintética leve, a canção passa a ser regida por uma estruturação rítmica digitalizada, mas que é capaz de lhe fornecer força e precisão.
É no refrão que, além de dançante e entorpecente, Better Than This evidencia a sua real natureza musical ao proporcionar a percepção de fusão entre o já pontuado pop com paisagens sonoras eletrônicas pulsantes. A tornando contagiante, portanto, essa mistura faz com que MITCH hipnotize o ouvinte e o leve para a reflexão acerca da autoconsciência fugaz em meio às noites selvagens, capturando, assim, a essência crua do viver intensa e imperdoavelmente.
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