Existe frescor na maneira como o violão se movimenta e puxa a introdução da canção. Contudo, há, também, generosas doses de melancolia que extravasam de sua melodia embrionariamente dramática e de cadência quase suplicante. O curioso é que, mesmo com essa estirpe sensitivo-emocional, a canção consegue transpor certo grau de sorriso e alegria.
Incentivados pelo sopro agudo e estridente do trompete, de forma que o instrumento consegue inserir, na receita melódica, a salsa, tais sentimentos, mesmo presentes, são apresentados sob uma silhueta entorpecente que esconde sua verdadeira origem: triste, melancólica e cabisbaixa.
Felizmente, a partir do ritmo swingado e rebolante, essas emoções dão lugar a algo verdadeiramente leve e alegre. Com a voz de timbre intermediário e graciosdamente grave de Proklaim assumindo uma cadência educadamente rappeada, a canção passa a ter uma dupla contagem rítmica por conta de uma interessante mistura entre sensualidade latina e rigidez nova-iorquina.
Binevenidos acaba, então, evoluindo como um produto de mistura cultural que visa compartilhar e disseminar a mensagem de união, igualdade e, acima de tudo, respeito. De certa forma, tal mensagem chega a até justificar as impressões iniciais de drama e melancolia. Afinal, nos tempos atuais, essas são atitudes densamente necessárias para a manutenção do senso de humanidade e comunidade.
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