Em 2020, o guitarrista Vito Tardia (ex-Pandaemonium) liberou “Stranger”, primeiro single do projeto BlueMelt pelas plataformas digitais. Como músico competente, técnico e harmonioso não foi difícil arrancar elogios de quem curte metal melódico. Em seguida, veio o EP “The Cube And The Key (Part I)” com seis canções cativantes. O resultado foi ainda mais animador, pois dois anos depois chega às pistas o single “Glass Towers” que cantou a pedra para o lançamento de “Fading” (2023). Esta canção, aliás, traz vocais afinadíssimos. Atualmente, o BlueMelt continua impressionando com o single “Stardust On Your Dress” de janeiro de 2024, e com o mais recente “Running With The Fool”.
As referências desse músico inglês são variadas, mas todas acreditadas por uma multidão de fãs, além de uma legião de músicos que também as seguem. Em outras palavras, Tardia absorve influências de nomes como John Petrucci, Eric Johnson e Marty Friedman. Declaração do próprio guitarrista. Em conformidade, quem ouve a obra de BlueMelt concorda. Sobretudo em “Running With The Fool”, as linhas melódicas são intensas. Assim como fazem os mestres supracitados, Tardia também domina atécnica de fazer a guitarra cantar. São bases, acordes e solos encaixados em perfeita harmonia, mas não espere uma balada épica.
Esta música do projeto, pode até guiar você por um caminho tranquilo com sessões de ternura, mas sua estrutura permite uma quebra de ritmo que deságua em um belo hard rock. Contudo, é difícil ter grande percepção nessa variação porque a mudança de clima acontece entre nuances. Quando menos se espera, você já está tomado por um andamento mais acelerado, divergindo com a atmosfera soturna do começo da música. Veja se isso não é obra de um músico virtualmente capaz? Claro que sim, e digo mais, de acordo com o seu trabalho, há momentos em que sua guitarra fica pau a pau com os próprios ídolos.
Sobre a sessão rítmica, é importante registrar que a cozinha faz um trabalho lindo. A introdução da música traz um impulso épico, deixando a impressão de que a instrumental seria pesada e com pegada mais heavy metal. No entanto, o solo da guitarra que inicia com nota muito alta, continua a jornada alternando para as linhas melódicas, enquanto a bateria da suporte com baquetas no aro da caixa. É nesse momento que as variações começam a circular entre o som, aliás, fruto de dinâmicas que incluem as pontes harmônicas construídas pelo baixo pomposo e elegante. Uma palavra para isso: fantástico.
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