Não é apenas seu viés eletrônico que chama a atenção. Por meio de seu beat ainda embrionário, a introdução permite que o espectador se delicie com sonares agudos sintéticos que comunicam o mergulho da composição em relação à paisagem estética do chiptune. Se tornando contagiantemente excêntrica a partir daí, a faixa recebe outro elemento para compor sua paisagem melódica.
Notas delicadas e adocicadamente ácidas do teclado passam a ser ouvidas de maneira espaçada no desenvolver da canção, de forma a alimentar não somente o escopo sonoro, mas, também, de criar, ainda que muito prematuramente, o ambiente harmônico. Surpreendentemente, assim que entra em sua segunda etapa introdutória, a composição faz com que a sonoridade até então apresentada assuma o primeiro plano, momento em que a obra como um todo se torna mais marcante e penetrante.
No instante em que o primeiro verso finalmente toma vida, a faixa adquire um viés de crueza que alimenta a sua sonoridade sintética, destacando suas nuances de forma a ampliar o lado sensorial do ouvinte. É nesse momento que, inclusive, a composição assume um corpo rappeado graças à forma como o enredo lírico é pronunciado pelo vocalista, que, com seu timbre levemente grave, faz de BRADFORD uma faixa sincopada e estruturalmente fluida.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/4Xtw6H5N2iwfzi8nw0cS7a
Facebook: https://www.facebook.com/politebureaux
Bandcamp: https://politebureaux.bandcamp.com
YouTube: https://www.youtube.com/channel/UC9rqvZL7ZjskxsaSzPorfwA
Instagram: https://www.instagram.com/politebureaux/
