Seu despertar é regido por uma estrutura swingada e repicada. Ligeiramente solar em sua singela maciez melódica, a introdução possui um frescor tão particular que encanta o ouvinte, que se vê intrigado e convidado a descobrir o restante das experiências que a presente canção tem a oferecer. Enquanto mantém certo grau de linearidade rítmico-melódica, a obra recebe Jon Brændsgaard Toft, o qual preenche as camadas líricas com seu timbre intermediário e de essência limpa em sua afinação. Agraciada, também, por um teclado que insere sonares adocicadamente ácidos à sonoridade, Mr. Johnson se confirma uma canção swingada e com um enredo verbal simples, mas que conta uma história interessante a ponto de prender a atenção do ouvinte.
O novo amanhecer traz uma degustação diferenciada. Com traços de blues embebidos em uma base delicadamente psicodélica, a presente introdução insere o ouvinte em um ambiente denotativamente amaciado e com um frescor tradicional. De caráter embriagante em sua estrutura suavemente acústica graças à maneira como a bateria se apresenta, a faixa-título traz Toft explorando a mesma técnica vocal de Anthony Kiedis, a conhecida como non-sequitur, por oferecer um verso em que a repetição de palavras fornece um som sem sentido. De caráter entorpecente e com uma atmosfera solitária, a canção tem na figura das teclas, ouvidas em sua contribuição tímida, mas presente, na base melódica, os elementos a contribuírem com um mínimo de harmonia.
Seu swing, agora, traz consigo um aroma sertanejo que passa a flertar com temáticas estilísticas como roots rock, southern rock e o próprio folk em sua essência. Fresca e contagiante, a canção possui uma estrutura simplista, com uma bateria desenhando uma levada em quatro por quatro e uma guitarra caminhando por entre poucos acordes. Ainda assim, o escopo rítmico-melódico desenhado é o suficiente para entrar em sintonia com um conteúdo lírico capaz de, sozinho, capturar a atenção do ouvinte. Afinal, em The World Is My Playground, Toft apresenta um personagem que transpira autoconfiança e empoderamento através de uma personalidade imponente. De refrão deliciosamente harmônico graças à união dos sonares do piano e do hammond, a canção é até capaz de incitar, no ouvinte, o desapego à insegurança.
O violão vem com uma melodia mais introspectiva, mas cuja sonoridade e a forma como ressoa comunicam a construção de uma ambiência folclórica. Crescendo em elementos a partir da entrada da bateria em sua forma percussiva pura, e, também, da agudez tradicional do clarinete, a canção, gradativamente, com o auxílio da narrativa de Toft, vai ganhando um enredo penetrante em sua arquitetura storyteller. Dramática, a obra traz um ecossistema misto de Escócia e Irlanda, conforme traz a história da chegada de um homem imponente de postura semelhante àquela narrada pelos indivíduos mais velhos como sendo pertencente à do salvador que eles tanto ansiavam receber. Eis a cativante Among Vikings.
Brick By Brick é um álbum penetrante em todos os seus aspectos. Do rítmico ao melódico. Do harmônico ao lírico. Afinal, apesar de soar simples, ele é capaz de fazer, dessa simplicidade estética, sua própria força. É nela que Jon Brændsgaard Toft encontra a liberdade necessária para que ele possa oferecer, ao ouvinte, enredos que não apenas entretenham, mas que, de fato, contem histórias.
E esses detalhes ficam nítidos já a partir das quatro primeiras faixas de Brick By Brick. Isso torna o disco um produto atraente, mas também com uma aura folclórica que instiga o máximo da imaginação naqueles que se aventurarem a ouvir e a se perder nos enredos e atmosferas sonoras de suas canções.
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