A base traz uma curiosa opacidade, enquanto o som que salta aos ouvidos é de uma estridência aparentemente controlada. Entre inserções sequencialmente pontuais dessa sonoridade, o beat torna o ambiente um tanto caótico, ainda que não exista nenhuma incidência explosiva ou dissonante.
Quando um timbre ligeiramente grave surge, é dado o início do primeiro verso. Sob domínio de Gabrielle Stein, essa voz vem entre sussurros despropositadamente sínicos que trazem consigo sutis toques de uma agudez flertando com o ácido. Por entre sobreposições vocais, a cantora consegue deixar o ambiente alucinante e até mesmo um tanto quanto angustiante.
Felizmente, essa impressão sensitiva se esvai rapidamente, conforme a canção vai amadurecendo suas silhuetas entorpecentes. Quando Broken As Fuck encontra seu ápice, ela passa a ser narrada por uma versátil fluidez entre o inglês já percebido e o espanhol. E é nesse momento, também, que a essência do lirismo se torna clara.
Se apoiando na estratégia de refletir sobre sua vida por entre dois idiomas, dois países e duas culturas, Gabrielle Stein dialoga, em Broken As Fuck, sobre sua assimilação de um aparente fim de relacionamento. Buscando, portanto, a superação da dor, a cantora entra, também, em um processo de se reencontrar para viver uma nova vida.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/0cFr4K1SnCE7PruDdhhQvg
Soundcloud: https://soundcloud.com/user-561538904
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