A floresta temperada, repleta de seus pinheiros de troncos colossais e belos entre o chão de terra, começa a ganhar vida através de uma estranha, mas curiosa, essência folk vinda do horizonte turvo pela infinidade de tons amarronzados que preenchem o cenário. Quase como se estivesse entrando em seu próprio inconsciente, o indivíduo, que ali está, passa a sentir aromas florais vindos de um lugar enigmático, uma vez que não há flores ao redor. É então que uma imagem surge logo à sua frente incitando uma súbita impressão de loucura. Sob uma voz aguda, beirando a estridência, mas ainda encantadoramente melódica, Clara Cloud surge como uma fada vinda da Terra do Nunca inserindo, no cenário, uma adorável e charmosa veia céltica. De grandes crescentes harmônicos, Clover é uma canção devidamente desenhada nos moldes folclóricos, principalmente através da combinação dos sonares da flauta, dos violinos, do piano e do coral. Com tais elementos, Clover ainda consegue se firmar como uma obra adoravelmente doce.
Um burburinho de vozes é ouvido nas proximidades. Sem demora, uma voz surge como a vida de um ser onipresente fornecendo uma narrativa curiosa e estranhamente transcendental. De estética minimalista e ainda mais fantasiosa que aquela construída durante a primeira canção, Little People apresenta uma Clara explorando seus falsetes, enquanto vai desenhando silhuetas de um barroquismo similar àquele difundido por Lana Del Rey em suas músicas.
A neblina é densa e tão baixa que chega a ser palpável. Ainda assim, ela não transmite sensos de medo ou insegurança. Apenas toques de estranheza que passam a dominar calmamente a postura do ouvinte. Com seus tons místicos de um roxo vivo, tal serração garante agradáveis doses de um dulçor interessantemente manipulativo fornecido por meio das delicadas teclas do piano. De harmonias classicistas com traços de ópera, Golden Boy se matura como uma canção de amor não correspondido.
É curioso, mas a presente introdução faz o ouvinte sentir pontadas de solidão roubando seu bem-estar. Evoluindo melodicamente de maneira gradativa e gentil, a presente canção traz o piano e o bumbo como os elementos a, juntos, se dividirem entre melodia e ritmo a ponto de quase se tornarem um único corpo. Ganhando elementos como guitarra e violino que, além de deixarem a canção mais leve e tocante, alcançam certo grau de apogeu de delicadeza, Weathervane surpreende o ouvinte por apresentar uma quebra rítmica transformadora. Agora, em função da levada da bateria, a canção se tornou mais macia, fluida e com uma noção de movimento mais evidente e levemente dançante.
The Woods é um álbum que se configura como outra vertente do folk. Não aquela que dá origem ao country e seus aromas sertanejos, mas algo devidamente folclórico, fantasioso e imagético. Por meio da voz doce de Clara Cloud, durante toda a sua execução, é como se o ouvinte se sentisse na presença de uma comunhão de fadas na terra das maravilhas. De aromas célticos, enquanto comunica ligeiras familiaridades estéticas para com as ambiências desenhadas pela Enya em suas respectivas canções, o álbum se torna marcante pelas suas grandes e belas harmonias vocais.
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