O silêncio absoluto chega a incomodar. Causar calafrios, insegurança. Medo. Vulnerabilidade. O máximo estado de fragilidade que uma pessoa pode ficar no contato direto com o desconhecido, com o imprevisível. Com o incontrolável. Não existe proteção, afago ou compaixão no ambiente que não se sabe o que encontrar e onde se está refém da ação do outro.
Enquanto um sonar enigmático começa a preencher as lacunas sonoras, o ouvinte passa a ter contato com algo que rompe o desconforto de estar em contato apenas consigo. Ao mesmo tempo, porém, esse sonar não vem imbuído em melodia. É apenas o retrato de um som ambiente, um zumbido que preenche o cenário de maneira súbita, mas que aparenta estar longe, como uma espécie de ruído reverberante de um evento já ocorrido.
Quanto mais se desenvolve, cada ruído começa a tomar a forma de várias coisas que passam a preencher o conhecimento do espectador. Desde o som de aeronaves rasgando as barreiras do vento até o som tenebroso de bombas explodindo ao primeiro contato com seu alvo, tais sonoridades começam a tomar uma forma já não mais reconfortante ou mesmo incompreensíveis.
Como uma forma de não apenas sugerir, mas indicar com precisão e urgência a reflexão em todos aqueles que se aventuram em ouvi-la, Sean Addicott faz de Cat’s Eyes In Absentia, uma faixa com mais de 12 minutos de duração, uma espécie de símbolo do experimencialismo. Composta na manhã seguinte à invasão israelense ao hospital Al-Shifa, a canção propõe a experimentação sonora através da remoção da limitação digital.
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