Seu início é um tanto dançante e, ao mesmo tempo, entorpecido. Não é de se assustar, portanto, que o ouvinte se perceba como um personagem onipresente observando um indivíduo valsando de maneira flutuante por meio de comandos hipnóticos. Detalhe possível a partir do auxílio sincrônico entre beat e a sintetização das teclas do teclado, ele faz com que a canção seja quase como uma viagem no tempo.
De veias estilísticas barrocas e até mesmo ultrarromânticas, Caught The Bug consegue misturar essências eletrônicas e synth-pops por meio de um enredo sonoro que transpira uma sintonia entre melancolia e nostalgia que faz com que o ouvinte se perca entre a razão e a morfina.
Como um convite à introspecção, de maneira a nos possibilitar observar a vida acontecendo por outros ângulos, a canção consegue tanto ajudar o espectador a acalmar o coração em relação aos sofrimentos há muito represados no peito, quanto a, a partir daí, deixá-lo mais sereno e emocionalmente equilibrado.
O curioso nisso é a interpretação lírica assumida por Mandy, que, com seu timbre doce e de uma agudez quase estridente, surge sussurrante como um instrumento a ampliar o estado de transe do ouvinte, quando em contato com a conjuntura sonora ofertada em Caught The Bug. Uma música morfinesca e entorpecente que, certamente, faz o ouvinte se questionar a respeito do que é imaginário e do que é real.
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