O que o ouvinte tem de atmosfera logo a partir dos sonares imediatos da canção é um estado de intenso torpor embebido em um interessante toque de frescor. Adquirindo gradativamente uma ambiência dançante setentista por meio de seu aspecto sintético, a canção, a partir da forma como o beat se apresenta, informa uma fusão estrutural entre a house music com incursões da dance e disco music. Assim que entra em seu primeiro verso, a obra assume um caminho de pura sensualidade açucarada por meio da interpretação lírica provocativa assumida por Rachael Green. Com ela no comando do microfone, By My Side ganha aromas libidinosos marcantes que contagiam e hipnotizam o espectador.
A paisagem que vai se apresentando conforme a sonoridade amadurece traz consigo uma postura nitidamente mais introspectiva que aquela oferecida na obra anterior. Ainda garantindo essências dançantes por meio de sua sonoridade sintética e instigante, a presente obra embebe o ouvinte com generosas doses de melancolia ao mesmo tempo em que desenvolve um aspecto dançante atraente. Mantendo sua base arquitetônica calcada na paisagem house, Nights Crawling tem seu enredo lírico preenchido por uma voz feminina de toques agudos e levemente aveludados. Ruby Dibble, com seu timbre semelhante ao de Lady Antebelum, faz com que a faixa se aproprie de uma interessante mistura entre o pop e o EDM. Com suaves menções dramáticas percebidas a partir das emoções emanadas pela interpretação verbal sugerida pela vocalista, a canção é marcada por uma espécie de torpor bastante aromático.
Uma voz agridoce, sem demora, puxa a introdução a partir de súbitos instantes de protagonismo absoluto. Elizabeth Kinslow é a responsável por dar o primeiro sinal de liberdade para que Falling demonstre sua natureza mista de trap e eletrônica. Como uma canção dramática, a canção acaba explorando ligeiras esquinas viscerais que transcendem as interpretações líricas adquiridas pela cantora. Marcada por beats pulsantes, a canção é agraciada por uma surpreendente harmonia de caráter tocante em seu puro senso emocional e lexicalmente dramatúrgico.
Com essa faixa que se desenvolve de maneira rápida em seu estado amaciado, o espectador é levado para um cenário completamente diferenciado. Repleto de uma sensualidade até então inexperienciada fornecida por um sonar aveludado que parece vir da guitarra, o ambiente traz consigo um beat sincopado que dá margem para que Elizabeth explore ligeiras nuances R&Bs, enquanto mantém a essência dançante do álbum. Excitante em sua caricatura convidativa, Never Know consegue fazer a noite virar dia com sua essência extrovertida e provocativa.
Falling Upward é um álbum interessante, para dizer o mínimo. Convidando o ouvinte a caminhar por ambientes de aspectos dançantes, enquanto percebem a exploração por outras texturas na ânsia de aumentar a experiência sensorial de cada uma de suas 10 faixas, o álbum é marcado pela sensualidade e pelo drama, mas, especificamente, pela emoção que transcende de cada esquina sonora e palavra proferida.
Com um time de quatro cantores se dividindo entre cada título que compõe a track list do material, Love Bash propõe um caminhar profundo na essência queer, enquanto representa a comunidade LGBTQIa+. Um disco extravagante em texturas e irresistível em sabores que vão do dulçor ao ligeiramente azedo.
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