Sua introdução é agradavelmente regida por um escopo rítmico-melódico ligeiramente atmosférico. Embebido em singelas menções de sensualidade através do movimento extraído da união entre guitarra e bateria, tal espectro traz, consigo, um interessante toque de frescor, ainda que de aparência gélida.
Entorpecente em sua essência, a introdução também, felizmente, oferece ao ouvinte um corpo melódico bem construído. Afinal, o baixo presente se apresenta de forma consciente e racional através de sua desenvoltura precisa em meio aos seus sonares levemente trotantes. Momentos depois de o espectador recobrar, ainda que não totalmente, sua lucidez, o primeiro verso tem seu despertar.
Ocorrido a partir da entrada de uma voz feminina encorpada e forte, esse momento sonoro-narrativo leva o ouvinte para uma ligeira crescente energética que, apesar de despejar ligeiras efervescências sensoriais, mantém a mesma base melódica. De maneira audaciosa, porém, a cantora acaba levando o ouvinte para um refrão de essência amorfinante.
Por meio dessa estrutura conjuntural, OK Naledi faz de Dream uma música que, apesar de sua atmosfera swingada e groovada, propõe uma discussão sobre uma temática atual e urgente: a crise climática. A partir daí, a obra faz com que o espectador entre em um profundo estado de reflexão acerca do estado em que o mundo se encontra.
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