O ambiente que se tem diante dos olhos é um fantástico, tirado diretamente de fábulas nórdicas. Enquanto os pinheiros valsam e cantam no compasso do vento, a vida acontece entre seus troncos. Seres maravilhosos perambulam quase que sem direção por essa que parece ser uma floresta encantada, mas travestida com um visual sombrio, talvez para espantar olheiros e curiosos.
Quando uma voz de pronúncia aberta e encorpada entra em cena sob um tom delicado, a mata finalmente se torna um ser animado, que pensa, que sente e que vê. Junto de um piano de notas tilintantes que mais parecem vir do xilofone, Holy Høly vai fazendo da canção um produto mergulhado profundamente na estrutura de um folk minimalista e sensível.
Porém, assim que a canção recebe a presença de Kafiristan, quem insere uma textura orgânica através da levada proporcionada pela bateria acústica, ela acaba promovendo a mistura de uma sensualidade, no mínimo, peculiar, ao seu escopo rítmico-melódico. A partir daí, a música assume uma linearidade que, felizmente, não retira seu brilho cósmico.
Com direito a texturas lo-fi inseridas por Szymon Nożyński conforme vai amadurecendo, Common recebe um banho de vida surpreendente quando o saxofone grita e impõe sua presença com seu sonar agudo estridente e sua sensualidade característica. Com ele, a faixa se torna um folk quase libidinoso que se mistura com deliciosas frases jazz ampliando sua harmonia.
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