A maneira como o piano se apresenta com seus primeiros toques sonoros durante a introdução imediata não sugere apenas delicadeza. Sugere emoção com direito a toques viscerais e uma dramaticidade latente que se evidencia através de uma paisagem monocromática.
Abraçada por um céu composto por diferentes tons de cinza e umedecida por uma chuva fina, a cenografia da obra oferece um sentimentalismo melancólico e até mesmo choroso em meio ao seu minimalismo estético ofertado até então. Curiosamente, conforme o piano vai desenvolvendo sua contribuição e a esfera sonora recebe a voz agradavelmente grave de Dominick Raffaele, a canção assume uma semelhança estético-melódica muito próxima àquela atmosfera criada por Harry Styles em Sign Of The Times, seu respectivo single.
Tal semelhança se engrandece, inclusive, pelos movimentos e interpretações líricas adquiridas por Raffaele no amadurecimento do enredo verbal. No entanto, Completely é embebida em uma harmonia rascante que, felizmente, a diferencia consideravelmente em relação à faixa de Styles, ainda que a paisagem harmônico-melódica do refrão reverta essa afirmação.
Visceral em seu minimalismo estético rascante e embebida em belas harmonias vocais que tocam profundamente o interior de cada ouvinte que se aventure em sua audição, Completely serve como uma amostra transparente das extensões vocais de Raffaele. Mas não somente. A faixa ainda apresenta um lirismo poético que captura facilmente a atenção do espectador e uma sensibilidade notável que transpassa o limite do som. Portanto, a música se configura como um produto pop melancólico-visceral de toques curiosamente romanceados que merece ser ouvido.
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