É interessante quando uma canção já começa com a sua estrutura feita e bem definida. Eis o caso de Daniella. A faixa possui um amanhecer regido pelo Sol, pelo swing e por uma brisa latina tão densa que chega a impregnar e hipnotizar o ouvinte. Na forma de uma contagiante salsa, a obra traz uma sincronia afiada de instrumentos de sopro e um beat construído por elementos percussivos que amplifica a essência sensual que extrapola os limites do som.
Assim que a canção atinge seu primeiro verso, Proklaim, com sua voz de timbre levemente grave, introduz uma nova cadência rítmica. Por meio da forma com que passa a pronunciar os versos, o cantor incute, na receita rítmico-melódica, também o rap, de forma a entregar à música uma movimentação mais fluida, ainda que de requebrares mais acelerados.
Marcada também pela presença de um baixo de linhas rígidas, as quais dão embasamento para que todo o contexto sonoro e lírico tenha consistência e corpo, Daniella, a partir da evolução do beat, chega a ser um produto organicamente contagiante. De refrão construído com auxílio de versos chicletes, a canção é imbuída em uma melodia linear e entorpecente que chega a embriagar o ouvinte.
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