A alegria não demora a tomar conta do ouvinte. Despretensiosamente, a introdução da canção oferece requintes de lambada que instigam o movimento, a dança, mas não necessariamente a sensualidade. Conforme vai se desenvolvendo, porém, o que acontece é uma feliz transformação, quando o que se firma é um soul, sim, devidamente swingado e com generosas doses de maciez. Com bom groove vindo de um baixo encorpado e uma cama sutilmente adocicada trazida pelo piano, a faixa-título, na companhia de Gary, tem na guitarra o elemento a inserir toques solares e um soft rock adoravelmente contagiante.
No novo horizonte, o piano assume maior protagonismo já na introdução, com suas notas levemente graves e espaçadas de forma a, despropositadamente, inserir boas doses de dramaticidade. Felizmente, segundos depois o que parecia ser denso e tenso se torna agradável e macio, graças à entrada de um instrumental composto por teclado, baixo, guitarra, bateria e, inclusive, instrumentos de sopro. Sensual, Angel In My Room tem na guitarra o instrumento a fazê-la ser pertencente ao espectro da R&B, enquanto vai destacando seu caráter romântico e sedutor. Junto de Ugene Nght, Cris Cap, com sua voz adoravelmente grave, constata, em definitivo, a essência do enredo como sendo a descrição da atração por um indivíduo descrito como vindo do paraíso.
Ao sonar do órgão Hammond, um novo tipo de sensualidade é apresentado ao ouvinte. Mais ácido, ele dá licença para um timbre diferente e feminino. É Tyla Raé, com sua delicadeza gélida e sutilmente metálica, fazendo de Show My Love uma canção convidativamente dançante de tal forma a, curiosamente, reconstruir um clima de baile do século XIX. Com um baixo levemente estridente, mas sem tirar seu aspecto swingado, a canção é mais um exemplar de Howlin’ At The Moon a explorar a atração e o romance, mas, aqui, tanto como Angel In My Room, com um toque educado e gentil de desejo. Com a adesão do sonar também do wurlitzer, a faixa segue os passos de sua antecessora também na exploração temática do campo melódico do R&B.
Apesar de ter pouco mais de nove minutos de duração, Howlin’ At The Moon é um EP repleto de camadas com diferentes requintes de sensualidade. Indo e vindo livremente e, principalmente, entre o soul e o R&B, ele traz um Cris Cap em ótima forma vocal e rodeado de personalidades que o auxiliam a ampliar, de maneira bela, as harmonias presentes no decorrer de suas três canções.
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