A bateria é o elemento que puxa a introdução em seus súbitos momentos de protagonismo absoluto. De performance precisa e consistente, ela dá liberdade para que a guitarra invada o cenário com seu esplendor aveludado, delicado e educado. Transformando a canção em um produto de base aprofundada no blues, o novo instrumento torna o ambiente floral por meio de uma textura embriagantemente aconchegante.
Ao mesmo tempo, porém, o baixo vai fazendo da base melódica um ambiente encorpado, o tornando capaz de sustentar, com sabedoria, todo o espectro sonoro que a canção tem a oferecer, ainda que este esteja em processo de constante desenvolvimento. No âmbito harmônico, sonares tilintantes em sua agudez sintética conseguem pincelar um dulçor que complementa de maneira homogênea a maciez conjuntural da música.
Transbordando em um frescor interessantemente nostálgico, a canção vai, gradativamente, denunciando frases sonoras denotativamente melódicas capazes de capturar o cerne do senso emocional do ouvinte. E é exatamente aí que Here Comes The Rain, por meio das mãos de Luigi “Decadent Hero” Chappini, se torna um produto tocante em sua fragilidade estrutural. O interessante é que, nesse processo, justamente em virtude de suas simplicidades, bateria e baixo são instrumentos que auxiliam nesse emanar de delicadeza e sensibilidade.
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