É interessante perceber que, por mais que a atmosfera inicial tenha seu nascimento baseado em uma energia fresca e curiosamente motivacional, a obra, graças à interpretação lírica assumida por Matt Wright em meio ao seu timbre adocicado, acabe enveredando por nuances dramáticas. De caráter ecoante, a obra faz com que o público interprete o contexto como uma espécie de devaneio inconsciente. Ainda assim, o lirismo é abraçado por uma sonoridade sintética que promove sensibilidades que vão da delicadeza à maciez, com direito a até mesmo tangibilidades em relação a um campo onírico. Contrapondo esse viés sentimental, porém, o que Delirious (So Tired) fornece é um enredo repleto de desespero e angústia em que o personagem lírico surge quase na iminência de uma postura visceralmente suplicante.
Fugindo, ao menos inicialmente, do viés agoniante da composição anterior, a cenografia sonora inicial dessa nova obra sugere uma energia mais vivaz em virtude de sua sonoridade que incita um comportamento dançante. Baseada em sonoridades sintéticas adocicadas abraçadas por um beat entorpecidamente pulsante, a canção sugere uma postura mais confiante e cheia de certezas por meio do personagem lírico. Delicada e ao mesmo tempo capaz de explorar ímpetos de sensualidade, Heartbraker escorrega para um refrão lexicalmente enérgico, dançante e convidativo que faz com que a noite tome contornos de dia em virtude de seu amplo estado de ânimo e de seu conteúdo que preza pela superação.
Sons agudos e levemente estridentes preenchem a atmosfera introdutória com notável e absoluto protagonismo. Desde o imediato início do enredo lírico, Wright acaba oferecendo uma cadência verbal que muito rememora aquela adotada por Evi Goffin em Something, single do Lasgo, algo que acaba contribuindo para que a canção amplifique seu caráter dançante. Baseada em uma sonoridade ácida que traz consigo ligeiras influências de Katy Perry, Thank You (Bringing Us Down) se configura como uma composição alegre e bastante contagiante.
Como se a noite se transformasse em dia a partir de um fenômeno crepuscular capturado pela câmera através da técnica do time lapse, a introdução da canção faz com que a atmosfera seja gradativamente regida por um senso de inquietação em virtude de uma energia incontrolável que pede e súplica pela vida. Curiosamente, o que acontece é que Falling leva o espectador para um escopo rítmico-melódico levemente introspectivo conforme permite que seu primeiro verso se desenvolva. Frágil e de base pop atraente, a canção mergulha em um refrão calcado na paisagem estética da electro music enquanto evidencia a natureza romântica, apaixonante e ardente de seu enredo lírico.
Essencialmente dançante. Contagiantemente melódico. Irresistivelmente leve. What To Watch é um álbum que oferece ao ouvinte uma conjuntura de canções alegres cujas estruturas têm a capacidade de entreter e suavizar o peso denso da rotina. Como uma válvula de escape às tensões de variáveis naturezas, o material fornece uma equilibrada fusão entre o pop e roupagens eletrônicas.
Tratando de amor, superação e até mesmo aceitação, What To Watch dá destaque à sensibilidade de Matt Wright, que desfila delicadeza e sensualidade enquanto oferece uma gama de experiências sensoriais ao ouvinte. Nesse aspecto, é inquestionável que as primeiras quatro canções mereçam maior destaque. Afinal, elas trazem os apontamentos anteriores de maneira mais cristalina. Ainda assim, Break Up 2 Make Up e seu flerte para com o pop punk, além da sincopada-entorpecente Headspace, merecem também certa atenção por sugerirem novas texturas ao álbum.
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