Diretamente do Brooklin, Goldbloom está de volta com o anúncio de For Money And Power, seu segundo álbum de estúdio

Ele é fresco, swingado. Alegre. Sorridente. Enquanto Opper desfila maciez e sensualidade por meio de seu saxofone que rompe o silêncio com um sonar aveludado, levemente estridente e com direito a fundos de chiados que rememoram a estética lo-fi. Rapidamente, a opacidade aguda e tilintante do encontro das baquetas de Martin vai inserindo uma embrionária cadência ao espectro da canção, fazendo nascer uma noção de movimento mais lúcida, mas também amplificando o senso de sensualidade da canção. Eis então que, entre frases seguidamente curtas e levemente trotantes, o baixo de William impute groove e precisão a Redneck, uma canção que cresce em seu caráter sonoro consistente, enquanto desenha, de maneira cada vez mais estrutural, sua silhueta jazz. O interessante nisso é observar, também, como a bateria, evoluindo para frases sujas, consegue mesclar uma ambiência densa, mas com repentes de suavidade como um oásis no meio do deserto.

O baixo e a bateria se combinam em uma introdução macia e com uma noção de movimento já bem definida de forma a, curiosamente, rememorar o sonar do amanhecer de Livin’ On A Prayer, single de Bon Jovi, feito por Tico Torres e Alec John Such. Fluindo logo para um cenário levemente sensual conforme o saxofone vai entrando em cena, Ways And Wheels é uma canção de base insistentemente linear. Dando, dessa forma, liberdade total de ação para que Opper mostre suas habilidades para com o saxofone, a faixa é um produto de protagonismo indiscutível de tal instrumento de sopro, o qual deixa o ambiente macio, mas ao mesmo tempo vibrante e com aroma de jam session.

Ainda que formado por faixas, as duas primeiras abre-alas dão ao ouvinte a perfeita noção do que o material oferece e como oferece. Com precisão e densidade, mas também maciez e sensualidade, For Money And Power, mesmo faltando pouco menos de um mês para ver a luz do dia, consegue mostrar sua ousadia em fundir o swing do jazz, a densidade do punk e o chiado característico do lo-fi. Uma jam session audaciosa para ouvidos não-padronizados.

Mais informações:

Instagram: https://www.instagram.com/goldbloomtrio/

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