O teclado que puxa, solitariamente, a introdução, não é apenas delicado ou mesmo doce. Ele se coloca em cena com compaixão sob uma postura educada e, ao mesmo tempo, gentil. Com dedilhares executados por Rick Wakeman, a paisagem sensorial da obra traz uma espécie de misticismo esotérico que permite ao espectador se aprofundar em um agradável senso de intimismo.
Introspectiva em certo aspecto, a canção perfuma toda a sua atmosfera por meio de um aroma floral hipnótico e penetrante que valsa pelo ar como uma brisa de entardecer primaveril. Assim que chega o primeiro verso, porém, a obra passa a experimentar novas texturas que engrandecem a fragilidade espectral fornecida pelo teclado.
Com o frescor do violão e a voz masculina de timbre agridoce do vocalista, a canção se permite se aprofundar em seu viés introspectivo. Afinal, até mesmo a interpretação lírica sugere algo mais intimista e pessoal. Arregimentando a alma serena e delicada da obra, tal voz, com suas raspas agradavelmente graves, faz com que a sensibilidade do ouvinte seja curiosamente amplificada, lhe fazendo reexperienciar cada emoção, cada aroma e cada textura de maneira muito mais intensa. Não é de se surpreender, portanto, que o Return Of The Human veja Don’t Believe The World como a composição de sua vida.
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