A instrumentação já amanhece madura. A partir de um deslizar suave do piano, a melodia já começa a mostrar uma interessante mistura de suavidade e dulçor, mas ambos emaranhados em um denso senso melancólico. De baixo com contribuição cristalinamente identificável através de seu groove gordo e ligeiramente ácido, a estruturação da introdução sugere, ainda, por meio da levada da bateria, um ritmo calcado na estética do jazz de maneira a trazer uma ambiência charmosa.
Ainda assim, existe, na forma como o vocalista insere seu timbre afinado e aveludado, uma percepção de sofrimento aparentemente entorpecido. O interessante nesse processo é que, a partir da companhia do backing vocal, a canção passa a ter uma harmonia vocal folk semelhante àquela construída entre Hansi Kürsch e André Olbrich em The Bard’s Song, single do Blind Guardian.
Dando embasamento ao caráter folclórico, a flauta insere, pontualmente, sua agudez aveludada e aconchegante de maneira a trazer mais suavidade e, inclusive, conferir delicadeza estética à canção. Curiosamente, porém, Dream é uma canção com enredo lírico sombrio que surpreende o ouvinte.
Dando sustentação aos sutis caráteres melancólicos inseridos pela instrumentação durante a introdução, a letra traz um enredo que conta a passagem de uma pessoa que encontra nos sonhos e em seus devaneios inconscientes, seu próprio êxtase. Sem motivação para a vida, a cama e o seu mundo interior soam, para ele, a melhor saída para seu estado vegetativo.
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