O irreverente e talentoso Dylan Bressler chega ao seu quarto álbum de estúdio, “Talk My Ear Off”, com o seu singular talento de compor rock de garagem. Para este disco, ele buscou referências do passado para dar forma às suas dez músicas. A primeira delas, “Practical Effects” é meio que uma transição entre o hard rock e grunge, com boa melodia e climas soltos. Bressler, que é multi-instrumentista, gravou todos os instrumentos do álbum, como guitarra, baixo, bateria e teclados. Apesar de o som parecer meio cru, canções como “I Like Pie” são bem arranjadas.
O que falta, em relação a membros de uma banda aqui, sobra em qualidade de som e produção. Nota-se que em músicas como “Time is a Daffodil”, o sentimento transborda pelos acordes, dentro de um clima completamente setentista. Em paradoxo, “Murder Hornets” alimenta a fúria de um som mais hardcore, embora algumas como “Light Source” sejam mais grooveadas. Ok! Com isso, já sabemos que Dylan Dressler é um músico muito versátil e de uma inspiração verdadeiramente salutar, a começar pela capa do álbum, que foi tirada de uma foto antiga do pai e avô do cantor de Long Sland (EUA).
Sobre as habilidades de Dylan como músico, é perfeitamente confortador como ele conduz bem o som, principalmente na cozinha. Em músicas como “Mars in Retrograde”, o seu trabalho de baixo e bateria descomplica qualquer audição, deixando o ritmo fluir livremente. Já em outras como “Lime Rikki”, a competência de segurar o peso é garantida. Mas a surpresa mesmo está em “Cassius Clay” com arranjo de sopro. Aqui há um pouco de complexidade na bateria, mas nada que possa saturar a audição. Na verdade, esta canção possui até um perfil divertido com várias tiradas e sensações. Você poderá gostar, entre outras coisas, das execuções de baixo.
Agora se você prefere ouvir uma música para viajar pelas estradas de uma rodovia em busca de aventura, onde o asfalto e as vegetações às margens da pista sejam suas únicas companhias, pode curtir a canção “In the Trunk of My Car”, com um gostinho de música comercial. Diferente de “Dead”, canção que fecha o álbum com riffs bem punk rock. Essa é para se jogar à galera. Em resumo, este novo álbum do Dylan Bressler veio para abraçar muitos tipos de pessoas, mas que em todos uma coisa em comum, o amor pelo bom e velho rock’n’roll.
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