Ela nasce macia, com singelas notas de frescor. Porém, o que chama a atenção em sua estética melódica inicial é sua energia delicada, melosa e, principalmente, melancólica. Alcançada principalmente pela afinação e pela forma como a guitarra se movimenta através de generosa delicadeza, esse sentimento ganha outros contornos quando a bateria surge em punchs secos e explosivos.
Se maturando como uma obra dramática, mas de essência fresca, melódica e até, de certo ponto, nostálgica por recriar uma ambiência estética curiosamente vinda dos anos 2000, a canção tem sua camada sonora completa por um timbre agudo e afinado. É Dylon Maggio entregando, com visceralidade, seu sentimentalismo em uma atmosfera que, principalmente a partir do refrão, deixa claro ao ouvinte em se tratar de uma música calcada no pop punk.
Chamando a atenção pela sua despropositada sensualidade produzida nos versos de ar, Truth Hurts é uma composição que, de fato, transborda a sua força pop punk. No entanto, ao mesmo tempo, ela apresenta, em sua base estrutural, uma cimentação inquestionável e indiscutível referente ao espectro da música pop.
Esse é, inclusive, o detalhe que a auxilia a ter mais alcance por meio da audiência e um interesse maior das rádios por ter, justamente, silhuetas comerciais, mas sem, necessariamente, ser apelativa. E o principal motivador para tal constatação é seu traço, mesmo que singelo, de soturnidade visceral que, combinada com sua dramaticidade latente, transpira uma melancolia cortante.
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