É uma tarde de outono aparentemente agradável. Enquanto o violão soa de forma crua em cuja impressão é de um som desafinado e a bateria forma um ritmo ligeiramente amaciado, a câmera capta uma jovem ruiva em vestimentas comportadas entrando em uma loja de discos.
Procurando por produtos específicos, a garota, ao encontrá-los, se movimenta até um canto do estabelecimento onde há um toca discos para ouvir os itens escolhidos. Entre a ilustração de fotografias em preto e branco e em tons de uma vivacidade tão extrema que chega a incomodar, o espectador acompanha outra personagem, loira, vestida de forma mais séria, fazendo o mesmo processo, mas com CDs.
Dirigido por Michelle Gemma, o vídeo é como, a partir das lentes da câmera, um personagem onipresente que acompanha uma jovem à procura dos discos de sua banda favorita na Mystic Disc Record Shop. E para dar vida a esse cenário que vai e vem entre sensos de passado e presente, o Ellery Twining se apoiou em uma estrutura lírico-melodiosa simétrica às energias propostas no vídeo.
Com um baixo encorpado e ondulante em sua linearidade proposital e hipnótica desenhada por David Bentley, Dusty Springfield’s Record Collection é uma canção em cuja forma como a voz do vocalista ressoa, faz com que o ouvinte tenha sensações que vão do fantasmagórico à psicodelia. Do gélido ao torpor.
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