Ao construir a sua carreira, o norte-americano Daniel Bohn encontrou meios para destacar a agressividade e a suavidade. Embora isso pareça uma disputa, o estilo que o morador de St. Louis pratica é bastante harmônico. Ou seja, são inseridas em suas músicas pontes e climas que possibilitam a execução de uma sessão gutural em cima de elementos soturnos. Musicalmente, o seu novo single “Failure” traz essa proposta, embora ela tenha começado com lançamentos como “Divinity” e “Alone”, ambos lançados em 2022. A nova faixa, no entanto, traz um pouco daquilo, mas com sonoridade um pouco mais lapidada, porém cultivando a essência.
O primeiro álbum de Daniel Bohn foi “The Black & White Sea” (2020). Aqui, o artista já demonstrava grande poder e intimidade com o peso, além de focar na perfeição. O que veio a seguir, em “Colors of the Land” (2021), foi uma projeção substancial de novos elementos que serviu para Daniel seguir em outras trilhas. Então, aqueles riffs mais orgânicos do primeiro álbum evoluíram com um pouco mais de complexidade, gerando uma expectativa de virtuosidade aos lançamentos seguintes. Não deu outra, o que se viu a seguir abriu todos os caminhos para um progmetal mais refinado em “Emotions of the Sky” (2023).
Atualmente, a canção “Failure” representa o acabamento perfeito que Daniel trabalhou nos últimos anos. Há aqui muito peso, mas também uma incrível melodia que nos reporta a sentimentos intimistas. A mensagem reflete na autogestão de um filho, cujas decisões de vida divergiram as dos pais, contrariando suas expectativas. Neste clima de conflito e liberdade, a música se expande com muita personalidade destacando riffs inteligentes, assim como solos bem encaixados como já são a sua marca registrada e uma performance vocal altamente autêntica. Há de se destacar também a produção do single feita pelo próprio Daniel, além da distribuição independente.
Bem mais melódica do que o single antecessor, “Gallant Guest”, a música “Failure” não perde na agressividade e ainda possui arranjos que a deixam mais aprofundada em sua proposta lírica. Logo no início, conferimos uma execução pálida de teclados com o seu vocal aveludado por cima. Em contrapartida, as linhas violentas tomam forma de forma a interromper essas linhas suaves, causando impacto. Neste primeiro momento, Daniel usa suas influências góticas a complementar o seu estilo extremo. Se, em “The Black & White Sea”, suas músicas tinham como expressão o poder dos riffs de guitarra, em “Failure” esse poder transbordou em mais elementos.
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