Seu despertar é delicado, ainda que agraciado por generosas doses de uma melancolia contagiante. Promovida por uma guitarra que se movimenta na melodia com um riff entristecido e de postura introspectiva, essa sensação é amplificada, ainda que ligeiramente, por um vocal feminino de timbre agudo que não demora a começar a desenhar o enredo lírico.
Trazida por Cara Madaris, essa voz entra em cena sob uma postura interessantemente mista entre sensualidade e morbidez. Rapidamente transformada em uma atmosfera noturna, mas ainda embebida em um toque swingado atraente, a canção mantém seu viés introspectivo, enquanto passa a construir uma energia curiosamente romanceada que acaba abraçando toda a atmosfera.
Mergulhando em um refrão de caráter soturno, sincopado e entorpecente, Empty Faces acaba conseguindo misturar melancolia, introspecção, morbidez e paixão a partir de um enredo que soa até mesmo ultrarromântico. Com seu contexto rítmico-melódico calcado em uma paisagem rappeada, a obra garante para si boas noções de movimento, enquanto embriaga o espectador com um lirismo que narra a noite em que Cara conheceu seu marido.
Gravada entre o quarto da cantora e o Dynamo Studios, Empty Faces ainda traz, em meio ao seu aspecto sombrio e noturno, curiosos sonares fornecidos pelo sample que consistem, simplesmente, nos miados do gato da cantora transformados em sons cuidadosamente pincelados em torno da desenvoltura melódica. Um single, de fato, contagiante.
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