O chiado é um elemento que, facilmente, salta aos ouvidos do espectador. Transmitindo uma crueza pura e orgânica, esse elemento já mostra que a composição tem uma imersão no campo do lo-fi. Ao mesmo tempo em que isso acontece, uma voz suave em seu tom gélido começa a desenhar o enredo lírico.
Soando tal como se estivesse vindo de uma vitrola, a voz de Eva Nolia Vae vem com uma atmosfera retro sessentista curiosa e atraente. Ainda que com toques densamente dramáticos por soar solitária a um nível lancinante interessante, ela apresenta um dulçor extasiante que, acompanhada da contribuição do piano, auxilia no engrandecimento da delicadeza estética presente na canção.
Trazendo semelhanças entre sua dicção e aquela obtida por Adele, a cantora convida o ouvinte a mergulhar em um ambiente profundamente intimista a ponto de soar reflexivo e até mesmo autoanalítico. Por meio do agudo minimalismo estrutural, Empty Hands é onde Eva exorta um misto de sofrimento e necessidade de superação. Onde ela percebe que sua dor é lancinante a um grau que a está consumindo todo o seu brilho e sua essência. Na canção, é onde o véu da melancolia começa, suavemente, a cair, e os olhos da protagonista voltam, gradativamente, a enxergar a vida por detrás do monocromatismo acinzentado.
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