Errol Eats Everything | Errol Eats Everything lança álbum autointitulado em parceria com o produtor Furious Evans

Uma faixa, no mínimo, experimental e, até mesmo, vanguardista. Crua e com sabor de improviso, ela traz um lirismo pronunciado por meio de uma textura amplamente áspera e, até mesmo, raivosa. Ainda que seja incompreensível, cada palavra proferida sugere uma espécie de diálogo com um indivíduo desconhecido até que elas ecoam pelo ambiente, proporcionando a entrada de um verso lírico transparente em sua verbalização. Enaltecendo a textura crua por meio de um chiado presente e consistente, essa segunda metade dialógica, por meio de uma voz masculina grave, faz de The Inauguration uma espécie de prelúdio narrativo que serve como uma anfitriã em relação ao universo que será apresentado ao ouvinte em Errol Eats Everything.

Trazendo um escopo percussivo marcante em sua postura amaciada e ligeiramente saliente, a canção já nasce com uma boa noção de movimento, enquanto o violão, com seu riff grave e linear, vai moldando o terreno melódico de forma a fornecer algum tipo de som que acompanhe as linhas líricas já em desenvolvimento. Embebida em uma estética crua tal como aconteceu na faixa anterior, o presente lirismo acaba destacando o lo-fi como importante elemento a construir a proposta sensorial da narrativa. Ecoante e, agora, enaltecendo, de forma mais nítida, o rap como gênero musical norteador da canção, Kingdom é uma faixa que fica marcada pela união de percussão e groove, além de ser agraciada, em determinado momento, por uma guitarra que imprime agradáveis menções de sensualidade.

Não existe questionamento. Afinal, a canção que se mostra vem como o Sol do meio-dia. Como a Lua da meia-noite. É o auge de uma estrutura que ainda mal foi apresentada ao espectador. De linhas percussivas marcantes e com uma atmosfera surpreendentemente melancólica em virtude da união das sonoridades do baixo, teclado e violão, NRG, ainda que seja regida por versos pronunciados com notável ênfase, traz, consigo, um caráter introspectivo inebriante e indiscutível. 

Psicodélica desde seu despertar imediato em virtude da adoção do mellotron como elemento protagonista no terreno melódico, a canção traz consigo uma energia melancólica em doses menores que aquela fornecida na faixa anterior. Ainda assim, seu ímpeto introspectivo sugere certos traços brevemente entristecidos que, curiosamente, são afastados de cena conforme o lirismo vai sendo desenvolvido. Explorando o caráter sonoro de forma até então não experienciado, a faixa-título se mostra contagiante e atraente de maneira a surtir em um efeito radiofônico, mas não apelativo.

Errol Eats Everything é uma viagem. Uma viagem não no sentido da diversão, mas, sim, no sentido do pensar, da reflexão. Do questionamento. Hipnotizante em meio às suas explorações melódicas, o álbum, por meio do auxílio de Furious Evans na produção, leva o ouvinte para um mundo cheio de texturas em que oferta lirismos acerca da profundidade e complexidade das experiências vividas pelas pessoas pretas.

Sempre inovando em sons, as músicas que compõem o álbum são marcantes pela sensibilidade que desperta no espectador. Indo do torpor à melancolia, as canções trazem a introspecção como mote de cada ambiência explorada. É aí que as três primeiras faixas do disco se destacam. Afinal, elas carregam consigo um traço visceral cheio de crueza que transpira a essência da vida das pessoas pretas representadas a cada palavra entoada.

Mais informações:

Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/6eR1fW1NC6OllB4CY7k0IX

Instagram: https://www.instagram.com/erroleatseverything

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