Ela tem seu início marcado por sintetizadores de sonares adocicados e de expressão levemente tremulante que lhe conferem uma ambiência embrionariamente dançante. Abraçada por um vocal de timbre sutilmente grave e de pronúncia delicadamente, quase sussurrada, a canção transpira uma essência indie rock de caráter entorpecente que comunica uma visível influência da estética rítmica adotada pelo MGMT em suas respectivas canções. Ant Mill é uma obra contagiante que traz, consigo, um curioso cerne nórdico que tangencia uma new wave setentista, mas sem se permitir, nesse ambiente, um mergulho profundo.
É como observar a formação de um arco-íris a partir do espelho d’água proveniente da fina garoa imitando um esvoaçante véu de noiva na companhia de uma luz solar de fim de tarde. Fresca, mas também levemente nauseante em virtude de um vocal editado de maneira a soar metálico, Being Bored Makes Sense oferece ligeiros toques jazz que lhe dão uma essência dançante e sensual. Dando destaque inclusive ao groove encorpado do baixo, ela é desenhada sob uma métrica 4×4 que a torna comercial, mas sem ser apelativa.
A partir das duas canções, Sigurd A B L faz com que Escape The Ant Mill trate desde o amadurecimento em um pós-relacionamento à assumição da mais pura liberdade em relação à expectativa social a respeito de como se portar e se comunicar.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/intl-fr/artist/3UuQYRBDdBxU3RhSHRY2Lc
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