É interessante, para dizer o mínimo. Afinal, a introdução oferece uma mescla de estética bastante intrigante. Enquanto o piano desenha uma melodia amaciada e educadamente sensual que traz consigo uma arquitetura MPB, a percussão trazida pelo bongô vem embebida de uma latinidade contagiantemente fresca que se evidencia perante uma postura sedutora.
Assim que entra em seu primeiro verso, porém, a canção sugere uma ligeira transformação em sua paisagem rítmico-melódica. Mantendo a sua sensualidade, a obra, no momento em que recebe a bateria em sua totalidade, se envereda para o campo convidativo, swingado e extrovertido do samba. É nesse instante, a camada lírica começa a ser preenchida por uma voz masculina de timbre delicado e levemente metálico. Vindo de Moji, ele se pronuncia de maneira a fornecer leveza e um suave toque de romantismo à música.
Surpreendentemente, porém, não muito mais tarde a canção recebe outro elemento na ânsia de moldar o enredo lírico. Uma voz feminina traz consigo sutileza e notas de um dulçor penetrante por meio de uma postura lírico-interpretativa sensual. Com tal roupagem estrutural, Eve se torna uma canção de caráter romanceado que apresenta a perspectiva de Moji perante o relacionamento e o autoconhecimento. Nesse processo, ainda, o ouvinte é convidado a mergulhar no balanço entre conexão e independência nessa que é uma canção bastante sedutora, fresca e aromática.
Mais informações:
Spotify: https://open.spotify.com/artist/2j5urytzwGD1tEItRukj7w?si=WOis_tCoQPC4pGXR3YUmzQ
Bandcamp: https://moji3.bandcamp.com/track/eve
YouTube: https://youtu.be/Ud41_3fTJW4?si=ruU5VOVoPleLE_4W
Instagram: https://www.instagram.com/moj_ehs?igsh=MWpsa3Bud2Z2NWZwaA==